















» FITNESS Rafael Dantas rdantas@jc.com.br Será que pessoas transplantadas podem fazer musculação ou portadoras de osteoporose podem se exercitar? Atividades físicas específicas para grupos especiais, como diabéticos, hipertensos, cardiopatas, entre outros, ganham a cada dia novos adeptos no Recife e mais profissionais de educação física se especializam para atender a crescente demanda das academias, de olho nessas pessoas que estão correndo atrás de reabilitação da saúde. A educação física já é vista como um fator coadjuvante ao tratamento de diversas patologias. Para o professor Aldemir Teles, especializado em fisiologia do exercício e mestre eu neurociências, não há “proibição absoluta” para a prática de atividades físicas para nenhum grupo específico. “O que deve existir é o reconhecimento das limitações de cada pessoa para conduzir um programa adequado”, ressaltou o professor que coordena a Real Corpore, que atua dentro do Hospital Português e atende diversas pessoas com cardiopatia e até um paciente vítima de acidente vascular cerebral. O primeiro passo para se escolher o exercício que contribua para a recuperação da saúde e que não promova riscos é apresentar detalhadamente ao professor de educação física ou ao personal trainer um quadro detalhado da doença ou trauma, com os exames relacionados. Só de posse das informações do estado de saúde do paciente e, geralmente, com a participação do médico ou fisioterapeuta, é escolhido o tipo de atividade, a intensidade e a duração de cada exercício. “É preciso identificar as necessidades reais de cada um, realizar uma bateria de testes que vão indicar o tipo de atividade ideal”, disse o professor da UPE William Serrano Smethurst, mestre em exercício e saúde. Entre os grupos que mais procuram as academias, estão os diabéticos e os hipertensos. No primeiro caso, os exercícios tem que ser direcionados para que o corpo promova o controle dos níveis de glicose no sangue e o peso corporal. Já com hipertensos, os cuidados são redobrados, sendo necessária a realização da aferição de pressão antes e depois dos exercícios e monitoramento da frequência cardíaca. Em ambos os casos, o trabalho de musculação é indicado, mas com atenção personalizada de um instrutor especializado. Os treinamentos funcionais, que se caracterizam por não trabalhar os músculos isoladamente, mas desenvolver atividades com o corpo em movimento, têm sido procurados tanto por hipertensos, como por pessoas que estão passando por uma fase de reabilitação por traumas de acidentes. “A grande vantagem do treinamento funcional é preparar o corpo para atividades do dia a dia, simulando movimentos fundamentais como agarrar ou puxar, subir e descer”, exemplificou Carlos Kucera, especialista em treinamento esportivo com ênfase em atividades funcionais. Precisando de um ritmo mais suave do que a musculação e os treinamentos funcionais, as pessoas com problemas de coluna têm no pilates uma opção para recuperação. Segundo o professor Augusto Cavalcante, que tem formação em pilates e é especializado em reabilitação da coluna, os pacientes com lombalgia e hérnia de disco são frequentes. “O pilates é um método que funciona bem com esses pacientes porque trabalha com o fortalecimento global e com o alongamento”, disse o professor. Para os pacientes que foram transplantados, que possuem uma necessidade de recuperação muscular, as atividades podem ser iniciadas no período hospitalar. “Ainda sob o acompanhamento do fisioterapeuta, o paciente já pode começar a fazer caminhadas no próprio quarto e exercícios de sentar e levantar”, exemplificou o professor Fábio Campos, especialista em treinamento de força e reabilitação cardíaca e grupo especial. Passado o período de recuperação hospitalar, a indicação do especialista são atividades leves de musculação, que vão se elevando gradativamente até chegar num nível próximo ao de uma pessoa não transplantada. Os profissionais mapearam uma característica que os diferenciam do frequentador habitual: eles são mais fiéis. Como a opção por buscar um profissional qualificado tem a saúde como fator motivador, e não a estética, eles dificilmente abandonam a prática dos exercícios orientada. | ||
O método Pilates é indicado para todos os tipos de dores lombares. Os exercícios abdominais oferecem mais força e flexibilidade a coluna, fazendo as dores desaparecerem.
A estabilidade da coluna lombar depende dos músculos do “centro do corpo” fortes e trabalhados, trazendo flexibilidade e força em conjunto para transformar o abdomem e a coluna resistentes, o que é essencial para a vida diária e pratica de atividades esportivas.
O método Pilates oferece ao aluno exercícios que aumentam a estabilidade lombar, possibilitando a reeducação e a relação dos membros inferiores (bacia) desbloqueando a cintura.
O trabalho é focalizado não só na força dos músculos do tronco, mas também no desenvolvimento, na coordenação e no melhor padrão das atividades musculares.
Os movimentos fisiológicos do Pilates ajudam a eliminar as tensões e desequilíbrios que refletem na coluna cervical, ajudando também na liberação dos movimentos da cabeça.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da auto-estima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no tratamento da depressão.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos. Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim, não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garanta seus benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance esse objetivo é de mais ou menos 200Kcal/dia. Dessa forma, atividades que consomem mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor freqüência, enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou mais freqüentes.